Já imaginou o seu dia perfeito? Se pudesse passar um dia eterno a fazer qualquer coisa, o que seria? Chegar ao topo do Everest? Vencer um Grande Prémio de Fórmula 1? Talvez algo mais simples, como nadar no mar ou desfrutar de um picnic com os amigos numa fantástica tarde de sol...
As hipóteses são muitas, tão individuais como cada pessoa é única, mas comum a todos os "dias perfeitos" seria a emoção de nos sentirmos VIVOS, realizados, profundamente felizes.
Sou especial e os deuses sorriem-me no meu dia perfeito.
Tudo o que eu tenho de mais autêntico, vibrante e criativo é-me devolvido pelo mundo inteiro no meu dia perfeito.
O Sol no Tarot Universal Rider-Waite |
Astrologicamente, a ideia de um "dia perfeito" surge associada à casa V, ao signo associado que é Leão e ao respectivo regente, o Sol. Podemos encontrar a nossa Criança Interior na casa V do mapa astrológico, no signo onde essa casa começa e nos planetas que aí possam estar. Para quem tenha filhos ou queira vir a ter, a casa V reflecte o que esse(s) filho(s) representam para nós, como os vemos e nos relacionamos com eles, e de que forma eles nos inspiram a expressar a nossa própria criatividade.
Quem conhece o Tarot sabe que o Arcano Maior do Sol é muitas vezes representado por uma ou duas crianças sorridentes, brincando num jardim resplandescente de luz. Esta é a imagem que sempre associo à casa V, pois esta é a casa da pura diversão, da alegria imensa que há para descobrir num perfeito dia de Sol.
No dia perfeito que imaginámos, não somos exactamente nós, adultos responsáveis e cheios de coisas para fazer, que lá estão a divertir-se. É a nossa Criança Interior, a criança que um dia fomos e a Criança que sempre seremos. Aquela parte de nós que sabe que é especial, que sabe que é feita da mesma matéria de que são feitas as estrelas e os cometas. Aquela parte de nós que brilha com luz própria, que é inocência e pura alegria ao mesmo tempo.
É esta parte de nós que se apaixona perdidamente, que é capaz de criar inspirada e inspiradoramente, que traz ao mundo um pouco da centelha divina para que o mundo se admire, e maravilhe, e se torne infinitamente melhor por isso. Esta é a parte de nós que vive o eterno dia perfeito.
É esta parte de nós que se apaixona perdidamente, que é capaz de criar inspirada e inspiradoramente, que traz ao mundo um pouco da centelha divina para que o mundo se admire, e maravilhe, e se torne infinitamente melhor por isso. Esta é a parte de nós que vive o eterno dia perfeito.
De que serve viver sem paixão? Olhando a casa V podemos (re)descobrir o que nos faz mesmo vibrar, e que incessantemente procuramos (mesmo sem nos darmos conta) nas outras pessoas, ou nas actividades profissionais, ou (frequentemente) nos filhos e sobrinhos em quem projectamos a nossa Criança Interior, e que esperamos que a vivam por nós - já que "ainda" são jovens e ingénuos, que nós já estamos "velhos para certas coisas..."
Criatividade é uma das palavras-chave da casa V, e muitas vezes a expressão mais fiel da nossa Criança Interior surge nos hobbies que nos mantêm ocupados durante horas a fio. Há hobbies muito comuns, outros que pouca gente entenderá (coleccionas latas? com essa idade?). Mas independentemente da sua natureza, os hobbies são como pedaços do nosso dia perfeito que tentamos encaixar num quotidiano mais ou menos desapaixonado.
E que dizer da paixão à primeira vista (ou à segunda ou à vigésima), que nos tira o chão e nos leva às nuvens sem pedir licença...? Danem-se as convenções sociais, a responsabilidade e até a timidez, pois que se vai esgotar o ar respirável se aquele anjo na Terra por quem perdemos o juízo não nos der um vislumbre do dia perfeito com o seu sorriso....
Por mais que estejamos presos aos deveres da "adultice", todos merecemos viver em pleno a nossa Criança Interior. Deixá-la brincar em liberdade, levá-la a passear pelas coisas que a apaixonam, sentir a profunda alegria de ser imortal por um dia. Durante as horas em que voltamos à infância para brincar aos índios e caubóis com o nosso filho. Durante os minutos em que nos sentimos especiais por mostrarmos aos outros o quão especiais eles são. Durante os breves instantes em que uma ideia genial nos atinge como um raio, e o coração bate furiosamente depressa, mobilizando-nos para dar corpo e alma a uma tela vazia, a um piano silencioso ou a um velho móvel esquecido no sótão.
Sem o sonho de um dia perfeito, a realidade torna-se insuportável. Precisamos de paixão nas nossas vidas - ou pelo menos da promessa de paixão. Porque até a simples promessa, o vislumbre, o sonho, já contêm uma tonelada de paixão avassaladora, temperada com uns pozinhos de centelha divina e pronta a ser libertada no mundo ao mínimo sinal de que o dia será, de facto, perfeito.
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