sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Imbolc - A Festa de Brigid


"I honor Thee, Maiden, most blessed Bride
As your candle burns through this night
And thank you for the renewed life you offer us all
As you emerge from the dark to the light."



Excerto de um ritual de Imbolc, por Akasha



O Imbolc é um festival de origem celta que se comemora no meio do Inverno. A data mais consensual varia entre 1 e 2 de Fevereiro, mas algumas correntes do revivalismo celta acreditam que se deva celebrar na primeira Lua Cheia em Aquário (este ano, em 22 de Janeiro), ou na noite em que o Sol atinja os 15 graus desse signo (4 de Fevereiro). O termo Imbolc (pronuncia-se IM-bulk ou EM-bowlk) deriva de “oimelc”, que em Gaélico significa “leite de ovelha” (nesta altura começam a nascer as primeiras crias do ano).

Com origens irlandesas, este Sabbat é dedicado à Deusa Brigid, a guardiã do fogo sagrado que no início de Fevereiro traz à Natureza os primeiros sinais da Primavera que se adivinha. É o momento certo para comemorar o retorno do Sol acendendo velas em todas as divisões da casa, e pedir bênçãos para as sementes e ferramentas agrícolas. A tradição cristã associa-o a Nossa Senhora das Candeias. É ainda um festival muito comemorado na Irlanda, onde várias tradições se têm mantido ao longo dos tempos. Diz-se que na noite do Imbolc a deusa Brigid caminha sobre a Terra, por isso cada membro de uma família deve deixar uma peça de roupa do lado de fora da porta, para que Brigid o abençoe. O chefe da família acende uma fogueira, cujas brasas são depois aplanadas. Na manhã do dia seguinte, as cinzas são observadas em busca de algum sinal de que Brigid tenha por ali passado. Outra tradição do Imbolc é simbolizada pelo arado. Em algumas regiões anglo-saxónicas, este é o primeiro dia em que a terra deve ser arada para preparar a sementeira. Um arado decorado é levado de porta em porta por crianças disfarçadas que pedem comida, bebida ou dinheiro (terá origem no Imbolc o trick-or-treat que hoje se observa no Halloween), e que prometem arar os jardins daqueles que se mostrarem mais avarentos. O arado pode ainda ser “baptizado” com whiskey, e deixado ao ar livre com pedaços de pão e queijo como oferenda aos espíritos da Natureza.

Na Wicca, Brigid é a Deusa Mãe, que agora a alimenta o Filho-Sol a quem recentemente deu à luz (no Yule). No entanto, ela voltou também a ser virgem e deambula no Mundo Subterrâneo, preparando-se para devolver a fertilidade e a abundância à terra. As celebrações neo-pagãs do Imbolc servem por isso como um convite à Deusa, para que volte a viver no nosso Mundo e sobre ele espalhe as suas bênçãos. Esse convite pode ser feito por uma pessoa só ou por um coven, com velas acesas, fogueiras, cânticos, danças ou oferendas. Este é o momento certo para reacordar o espírito que se deixou adormecer pelo Inverno, purificando-o e iniciando-o nas práticas wicca ou reafirmando a sua ligação à Deusa e ao Deus.

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