quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Quíron, o Curandeiro Ferido
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Signos do Zodíaco - VI. Virgem
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Tarot - XIII. A Morte
"A chamada da Morte é uma chamada de amor. A Morte pode ser doce se lhe respondermos afirmativamente, se a aceitarmos como uma das grandes formas eternas de Vida e Transformação."
Herman Hesse (Poeta, novelista e pintor germano-suiço, 1877-1962)
Símbolos Básicos
Um esqueleto a cavalo, com armadura ou vestes negras, segura um alfange ou uma bandeira com uma rosa branca sobre fundo preto. Em certos baralhos é possível ver o Sol nascente no horizonte. Outras figuras secundárias podem aparecer nesta carta, habitualmente crianças.
A Viagem do Louco
Depois de deixar a árvore onde esteve dependurado, o Louco move-se cautelosamente por um campo em pousio. O ar está frio, invernoso, as árvores despidas de folhas. À sua frente, avançando como o Sol que nasce no horizonte, encontra um esqueleto vestido com uma armadura negra, montado num cavalo branco. Reconhece-o: é a Morte. O cavaleiro-esqueleto detém-se à sua frente. Humildemente, o Louco pergunta-lhe “Vens dizer-me que morri?”. De facto, sente-se tão vazio e desolado como a paisagem que o circunda. A Morte responde: “Sim, de certa forma. Sacrificaste o teu velho mundo, o teu velho Eu. Ambos desapareceram, morreram.” Reflectindo sobre estas palavras, o Louco deixa escapar um lamento. “Que triste…”. “Sim, é triste”, diz a Morte, “mas é a única forma de renascer. Um novo Sol ascende já no horizonte, e este é, para ti, um tempo de grande transformação.” A Morte afasta-se, a galope, e o Louco sente dentro de si a verdade das suas palavras. Também ele se sente como um esqueleto, despojado de
tudo o que sempre lhe foi familiar. Sim, é desta forma que começam todas as transformações, removendo tudo até ao osso, e construindo o novo sobre as fundações despidas.
Notas interpretativas
A Carta da Morte pode significar literalmente “morte”, nas circunstâncias adequadas (p.ex. uma questão sobre um familiar idoso ou muito doente). No entanto, e ao contrário do que mostram as suas esporádicas aparições dramáticas em filmes e séries televisivas, esta carta tem muito maior probabilidade de sinalizar uma transformação, uma passagem, uma mudança. Escorpião, o signo que rege a Carta da Morte, tem 3 formas: escorpião, serpente e águia. Esta carta simboliza por isso a evolução do ponto mais baixo para o ponto intermédio, para o ponto mais alto. Trata de humildade, e pode indicar que o Querente atingiu ou atingirá um ponto baixo na sua vida, mas apenas para que possa subir mais alto do que alguma vez subiu. E não esquecer que, até nesta carta de escuridão, há um nascer do Sol.
O signo de Escorpião contém também a dualidade sexo/morte. Na cultura ocidental é comum encarar a Morte como algo assustador, um fim que deve ser temido e por isso mesmo odiado. Noutras tradições, no entanto, a Morte, embora traga tristeza, é tão importante e natural como qualquer outra parte do ciclo da Vida. No sentido kármico, temos de morrer para podermos renascer. O Inverno acontece para que a Primavera lhe possa suceder, e só quando experimentamos a perda podemos apreciar aquilo que temos. A Carta da Morte indica por isso um tempo de mudança, o fim do velho para que o novo possa começar. Esta transição pode implicar tristeza, uma sensação de vazio, mas também a oportunidade para ascender novamente, como Fénix renascida das cinzas. A Morte não é o fim. É apenas o percursor da ressurreição.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Plutão em Capricórnio: muito além da Crise Financeira
"Que vivamos em tempos interessantes!"
(Suposto provérbio/bênção/maldição de origem supostamente chinesa... confusos? Eu também ;-)
Plutão é descrito por alguns astrólogos modernos como arquétipo astrológico da Alma. Outros preferem vê-lo como o nosso Alter-Ego que, quando é compreendido e aceite, nos completa e sintoniza com o que de mais profundo existe na nossa Alma.
Voltando à entrada de Plutão em Capricórnio: o que significa a nível global? Olhando para o Passado talvez possamos compreender melhor o Presente, espreitar o Futuro.
As inspirações que surgem na mente colectiva durante a estada de Plutão em Sagitário são concretizadas no plano material quando Plutão segue rumo para Capricórnio. Jesus pregou na era de Plutão em Sagitário, mas foi com Plutão em Capricórnio que S. Paulo se converteu ao Cristianismo, e espalhou a sua mensagem pelo mundo antigo, sendo considerado um dos grandes percursores do estabelecimento da religião de Cristo tal como a conhecemos hoje.
O Império Romano expandiu-se descontroladamente até ruir sobre os seus próprios vícios, na era de Plutão em Sagitário. O Imperador Deocleciano tomou o poder com Plutão em Capricórnio, e criou as bases que sustentariam o Império a Ocidente durante os 400 anos seguintes. O domínio de Deocleciano promoveu as últimas grandes perseguições aos seguidores do Cristianismo, que finalmente, com a ascensão de Constantino ao poder e a entrada de Plutão em Aquário, se tornou a religião oficial do Império Romano.
No séc. VIII, Carlos Magno conquistou as honras que o tornariam Imperador durante a estadia de Plutão em Capricórnio. Além disso, graças à sua promoção da leitura e das artes, foi possível preservar muitos manuscritos antigos que de outra forma se teriam perdido.
No séc. XVI, Martinho Lutero desencadeou a reforma protestante (revolução das revoluções no seio da Igreja Católica – Plutão gerando a destruição e o renascimento numa das estruturas fundamentais da sociedade). Na mesma época, Hernán Cortes dava início ao domínio europeu sobre o continente americano, e o comércio europeu na Ásia lançava as sementes que se tornariam o vasto colonialismo ocidental na África e na Ásia concretizado até ao séc. XIX.
Com a chegada de Plutão a Capricórnio em finais de 2008, aproximamo-nos a passos largos do intrigante final do Calendário Maia (21 de Dezembro de 2012), que conclui um período de 26.625 anos. Este é aproximadamente o tempo necessário para que o eixo de rotação da Terra descreva um círculo completo. Em 2012, o eixo de rotação da Terra voltará a estar alinhado com o centro da nossa galáxia. E se até agora esteve apontado para o sector da esfera celeste a que chamamos Peixes, a partir de 2012 a sua direcção entra definitivamente em Aquário. Em 21 de Dezembro de 2012, quando nos realinharmos com o centro da galáxia pela primeira vez em 26.625 anos, Plutão estará em Capricórnio.
Muitos de nós temem o acréscimo da opressão e do sacrifício das liberdades individuais em nome da segurança colectiva. Este “estado policial” surge apenas porque colectivamente sentimos um crescente desejo de ordem e disciplina nas nossas vidas. Esse desejo inconsciente fomenta o medo e a permissibilidade necessária para aceitar abusos cada vez mais frequentes dos direitos humanos mais fundamentais, como a chamada “luta contra o terrorismo” e todas as atrocidades que em seu nome têm sido cometidas. A entrada de Plutão em Capricórnio pode bem deitar abaixo esta “torre de mentiras” que inconscientemente construímos como resposta ao medo, concretizando os nossos desejos de paz e liberdade através da força das nossas acções, individuais e colectivas. Isto, claro, se cada um de nós encontrar dentro de si a coragem necessária para agir.
À medida que os recursos naturais começam a escassear, os países industrializados não poderão manter por muito mais tempo os actuais níveis de consumo. Como o Império Romano a “rebentar pelas costuras” no final da estada de Plutão em Sagitário no séc. III, assistimos hoje a um nível de consumo e de poluição sem precedentes que ameaça destruir toda a biosfera, e aceitamos a guerra pelos recursos naturais como um mal necessário.
Depois da passagem de Quíron (“o mestre que cura”) por Capricórnio, muitos de nós começam a acordar para o facto de que os velhos hábitos nos vão matando lentamente. Plutão em Sagitário deu-nos a inspiração para nos reconectarmos com o planeta que nos acolhe. Ingressando em Capricórnio, o grande transformador dá-nos agora a escolha de materializar essa inspiração, ou de morrer tentando-o.
PS – Para quem como eu espera o retorno de Saturno este ano, no signo de Virgem: Plutão estará em trígono a Saturno por várias vezes, o que tornará inútil e particularmente dolorosa qualquer resistência a uma mudança que se adivinha inevitável e muito profunda. E falta ainda referir a actual oposição de Saturno a Urano, necessidade de controlo e estabilidade versus liberdade individual… Bem, mas isso e muito mais ficará para um próximo post ;-)
Fontes: A Future with Pluto, Astrodynamics: Pluto in Capricorn, Pluto in Capricorn: When the Lord of the Underworld dresses up like a Goat-Fish