Este post é dedicado ao meu amigo ET (futuro blogger do Nodo Ascendente, espero eu ;-) e a todos os inconformados que tentam revoltar-se contra a ignorância generalizada, esteja ela onde estiver.
A Astrologia é o estudo da relação entre os fenómenos celestes e os acontecimentos na Terra, partindo do princípio hermético “Em cima como em baixo”: o macrocosmo (o Céu) reflecte-se no microcosmo (a Terra). Compreendemos o alcance deste princípio se nos lembrarmos, por exemplo, que um átomo se parece muito com um sistema solar em miniatura, e um furacão com a estrutura em espiral de uma galáxia – tudo na Natureza segue um padrão de similaridade. A Astrologia aplica os movimentos e ciclos dos corpos celestes à descrição de eventos terrenos, quer na mente individual quer na mente colectiva. A Astrologia não tem de ser considerada uma Ciência no sentido institucional que esta palavra hoje tem – mas é sem dúvida uma scientia, um conhecimento, um saber. A Música e a Arte também não são ciências, mas nem por isso o seu riquíssimo património é desmerecido.
2. O que é que está por detrás das influências planetárias estudadas na Astrologia? Como é que a posição de um determinado astro pode explicar, por exemplo, um certo aspecto do comportamento de uma pessoa em particular?
Por outro lado, não está totalmente de lado a possibilidade de existir uma “força” por detrás dos fenómenos descritos pela Astrologia. Eis um bom exemplo:
Em 1950, um homem chamado John Nelson trabalhava para a RCA (Radio Corporation of America) em experiências que visavam a previsão de “apagões” nas transmissões televisiva e radiofónicas. Estudando os aspectos astrológicos clássicos (conjunção, oposição e quadratura) entre Júpiter, Urano, Mercúrio, a Terra e o Sol, Nelson descobriu que era possível prever “apagões” com base nesse tipo de dados. A eficácia das previsões de Nelson era de 92%, melhor que os 85% fornecidos pelos computadores existentes na época, e ele acabou por conquistar um departamento próprio, dentro da NCA, para continuar as suas pesquisas.
3. Devemos então acreditar que a Astrologia funciona realmente?
Não se tratando de uma religião, não existe qualquer razão para se falar em “crença” quando se fala na Astrologia. O caminho mais sensato será tentar compreender e estudar o conjunto de regras e simbologias que constituem este saber. Só então poderá ser emitida uma opinião válida sobre o assunto.
4. Os horóscopos de jornal são fiáveis?
Não, de forma nenhuma! Esses “horóscopos” baseiam-se, quando muito, no signo solar, ou seja, no signo onde se encontrava o Sol no momento de nascimento. Obviamente que muitas pessoas têm o mesmo signo solar, mas isso não as torna iguais porque é necessário ter em conta, para cada uma delas, todo o Mapa Astrológico, ou seja, todos os outros planetas e Ascendente e Nodos… (ver pergunta 7.). Do mesmo modo que o signo solar, por si só, não pode descrever o perfil psicológico de um indivíduo, também não pode (nem deve) ser utilizado para prever tendências futuras para esse indivíduo.
5. Se a Astrologia funciona tão bem a descrever as pessoas apenas com base no dia, hora e local em que nasceram, o que é que prevalece: o Destino ou o Livre Arbítrio?
Definitivamente o LIVRE ARBÍTRIO! A ideia de prever o Futuro é simultaneamente sedutora e assustadora, mas acaba por ser como prever o Tempo Metereológico: há sempre lugar ao imprevisível. E a fonte desse “imprevisível” é precisamente o Livre Arbítrio. Apesar disso, em grande parte das vezes, o Futuro acaba por ser relativamente fácil de prever, porque a maioria da escolhas e decisões que nós, seres humanos, acabamos por tomar, são resultado do hábito ou de pensamentos inconscientes, e não do verdadeiro Livre Arbítrio.
6. O que é o Zodíaco?
O Zodíaco (do Grego Zodiakos Kyklos, “Círculo de Animais”) é uma faixa imaginária traçada na esfera celeste, que engloba 12 constelações por onde o Sol passa no seu trajecto anual. Com base na posição relativa dessas constelações, o Zodíaco divide-se em 12 sectores de 30º, chamados “signos zodiacais”, que recebem o nome da constelação presente no seu sector. Os signos são, por ordem, e com início no Equinócio de Primavera: Áries (ou Carneiro), Touro, Gémeos, Caranguejo, Leão, Virgem, Balança, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.
7. O que é o Mapa Astrológico?
O Mapa Astrológico (ou Horóscopo) é uma representação do Céu, calculado para o local e momento do acontecimento que se pretende estudar – pode ser o nascimento de uma criança, a fundação de uma nação, a criação de uma empresa. Os dados espaciais (coordenadas geográficas) e temporais (ano, mês, dia, hora, minuto) devem ser tão exactos quanto possível, porque deles depende a exactidão do Mapa Astrológico e, consequentemente, da sua interpretação.
O Mapa Astrológico é traçado do ponto de visto de um observador que olhasse o céu no local e momento em estudo.
Exemplo de um Mapa Astrológico.
No Mapa, o Zodíaco é representado pela circunferência exterior, dividida nos 12 signos (na figura, cada signo tem uma cor diferente, mas isto serve apenas para facilitar a leitura visual do mapa). As doze divisões internas do círculo são as Casas, que representam os diferentes “espaços” da vida (p.ex. Casa II lida com o espaço material e todos os bens que nele se inserem; a Casa VII representa o espaço social, as relações, as parcerias de negócios, o casamento). Nas Casas estão os Planetas, de acordo com a posição zodiacal que ocupavam naquele momento. A posição relativa das Casas e dos signos (como duas “rodas” que se movessem sobre o mesmo eixo) depende do momento exacto que se considera: as “rodas” fixam-se a partir da seta horizontal, apontando para a Esquerda. Essa seta marca o Signo Ascendente, o Signo que naquele momento se encontrava no Horizonte a Leste. O Signo Ascendente marca o início da Casa I, e portanto a distribuição das restantes Casas pelo espaço dos Signos. A extremidade oposta à seta representa o Signo Descendente, a Oeste. Esta linha horizontal representa precisamente o Horizonte: acima dela, os planetas visíveis naquele momento e local; abaixo, os que estavam invisíveis; tudo, claro, do ponto de vista do observador na Terra. No círculo central, as linhas representam os aspectos presentes entre os vários planetas (p.ex., se dois planetas distam cerca de 90º, diz-se que estão em Quadratura, e há uma linha que os une para fazer notar a existência desse aspecto ao astrólogo).
Esta é uma descrição muito simples, mas que permite aos “leigos” na matéria compreender melhor a principal ferramenta de trabalho da Astrologia. Uma explicação mais pormenorizada do Mapa Astrológico será tema de próximos posts.
8. Como é interpretado o Mapa Astrológico?
A interpretação do Mapa Astrológico passa, em primeiro lugar, pela leitura do significado individual de cada um dos elementos astrológicos, no signo e casa onde se encontra. Esses elementos são não só os corpos celestes (Planetas, Lua e Sol) como também os signos Ascendente e Descendente, o Meio-do-Céu (seta vertical, início da casa X) e o Fundo do Céu (extremidade inferior da seta vertical, início da casa IV), e os Nodos Ascendente e Descendente. Além disso, é imprescindível uma análise global aos aspectos e às interacções de todos os significados encontrados nas análises individuais de cada elemento astrológico.
9. Porque é que o Mapa Astrológico de uma pessoa é traçado para o momento do nascimento, e não para o momento da concepção?
A Astrologia considera o momento do nascimento porque é então que o novo ser entra neste mundo, materializando uma nova existência através do primeiro fôlego. É no momento do nascimento que se tem um ser biologicamente independente.
10. Se o Mapa Astrológico é tão único e pessoal, o que dizer de irmãos gémeos?
Até mesmo alguns minutos fazem a diferença. Normalmente existem apenas diferenças mínimas entre os mapas astrológicos de irmãos gémeos, mas é suficiente para que as suas personalidades sejam também ligeiramente diferentes.
11. E de um parto prematuro?
É a alma que escolhe o momento do nascimento. Mesmo que consideremos um parto “prematuro” porque não aconteceu de acordo com o planeado, não quer dizer que do ponto de vista da alma fosse “cedo demais” para nascer. Só a alma desse bebé saberá das razões que a levaram a escolher um parto prematuro.
12. Porque é que os astrónomos dizem que a Astrologia está desfasada em um signo?
Na realidade, o desfasamento é de uma constelação, e não de um signo. As constelações têm dimensões muito diferentes – Peixes e Virgem, por exemplo, são enormes, enquanto Carneiro é bastante pequena. Daí que se tenha dividido a cintura zodiacal em 12 sectores de igual dimensão (30 graus), designados signos. O conceito de signo nasceu há 4000 anos, quando o signo de Carneiro e a constelação de Carneiro estavam perfeitamente alinhados. No entanto, devido à precessão dos equinócios (lento movimento retrógrado do eixo terrestre provocado pelo movimento de rotação), o equinócio de Primavera já não ocorre em Carneiro, mas sim em Peixes, e brevemente em Aquário.
Existe um debate aceso sobre que sistema usar nos mapas astral – o sistema Tropical, baseado nos signos, ou o sistema Sideral, baseado nas constelações. A maioria dos astrólogos segue o sistema Tropical, porque traduz os ciclos da Natureza (como a sucessão das estações do ano) com mais fidelidade.
13. O que é isso da Era do Aquário?
A precessão dos equinócios demora 26000 anos a completar-se, e foi dividida em 12 “eras” que duram aproximadamente 2160 anos, e que recebem o nome dos signos nos quais ocorre o equinócio de Primavera. Neste momento, o equinócio de Primavera ocorre na constelação de Peixes, mas estamos já a transitar para a constelação de Aquário. Daí que se diga que estamos prestes a entrar na Era de Aquário.
Na mitologia, Aquário era o Guardião da Água – água enquanto símbolo de sabedoria cósmica – e a constelação é vista no céu como que derramando a sua água-sabedoria sobre a Terra. Ao contrário do que seria óbvio, Aquário não é um signo de Água, mas sim de Ar, o elemento da inteligência e da comunicação, e estas são as qualidades que cada vez mais se evidenciam. A Internet, as viagens aéreas e espaciais, a televisão, os computadores e telemóveis, são tudo “coisas” de Aquário.
14. Afinal, para que serve a Astrologia?
Para muita coisa! Além da marcação cronológica de acontecimentos importantes, a Astrologia é muito útil como ferramenta de auto-conhecimento, e é uma excelente forma de compreender aqueles que amamos: por exemplo, pode fazer-se uma comparação entre dois mapas para detectar os pontos fortes e frágeis de um casal. Muitos psicólogos estão hoje a dedicar-se à Astrologia porque isso lhes permite perceber melhor as defesas emocionais dos seus clientes, e como as ultrapassar. A Astrologia também pode ser usada para detectar tendências económicas ou políticas, ou para ajudar na escolha de uma carreira profissional e, em termos espirituais, pode ajudar a prever e compreender até os momentos mais difíceis da vida, mostrando-os como oportunidades únicas de aprendizagem e crescimento pessoal.
Fontes:
Vamos Falar de Astrologia, de Helena Avelar e Luís Ribeiro;
Future Insight
boa tarde gostaria de saver como fazer um maoa astral , monstrando os planetas e os sognos . meu mns e clay_tattoo@hotmail.com
ResponderEliminarA forma mais simples de fazer um mapa astrológico é através de software especializado. Existem muitos sites na internet que já disponibilizam gratuitamente esse serviço. Pessoalmente costumo utilizar o Astrodienst (www.astro.com), que é grátis, bastante simples de utilizar e contém muitas opções para o utilizador mais experiente. Namaste!
ResponderEliminarMuito bem explicado. Parabéns.
ResponderEliminarOi gostria de saber se realmente e sorte ter sol em conjunçao com venus e mercurio tambem alem de mercurio em conjunçao com venus,alem de jupter em touro na 5 casa,ALEM DISSO MEU MAPA E O REI DA DISCORDANCIA ENTRE ASPECTOS E NORMAL? NASCI 08/06/1988 AS 19:15 EM SANTO ANDRE SAO PAULO. OBRIGADA
ResponderEliminarOlá! Tomei a liberdade de publicar a sua pergunta num post independente, bem como a respectiva resposta (espero que não se importe). Pode acessar aqui: http://nodoascendente.blogspot.com/2011/10/quem-pergunta-quer-mesmo-saber.html
ResponderEliminarOla, gostaria de saber quais configuracoes planetarias determina a homossexualidade numa pessoa. A Astrologia pode realmente determinar qual opcao sexual a pessoa ira ter? Desculpe pela ortografia e desde ja agradeco se puder me responder. Obrigado :)
ResponderEliminarOi, Anónimo :-) A resposta simples é: não. Em Astrologia nada está 100% determinado: o mapa natal mostra o potencial de cada pessoa, mas a forma como se desenvolve esse potencial depende das suas circunstâncias (infância, família, etc) e também das suas escolhas individuais ao longo da vida. A sexualidade é uma questão demasiado complexa, e que em grande medida resulta do modo muito pessoal como cada pessoa lida com os seus desejos e as suas necessidades. Assim, não sendo possível à partida determinar a partir de uma configuração planetária se aquela pessoa é homo ou heterossexual, é possível perceber com profundidade os seus desejos e necessidades, o porquê dos relacionamentos dessa pessoa serem como são, e de que forma esses relacionamentos podem tornar-se mais saudáveis e gratificantes (independentemente de serem homo ou hetero).
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