As 52 cartas, análogas aos arcanos menores do Tarot, são utilizadas em artes divinatórias há muitos séculos, desconhecendo-se a sua origem. No entanto, parece consensual que a Cartomancia que utiliza o baralho normal é posterior ao Tarot clássico como o dos Egípcios, Indianos e dos povos do Extremo Oriente.
Nas últimas décadas, o seu “mau uso” fez cair a Cartomancia num descrédito quase absoluto. Devido ao abuso de conhecimentos que muitos não possuíam, ocorreram muitas ramificações da Cartomancia, tendo sido esquecida a mais importante, a corrente mais popular/tradicional. A transmissão oral dos conhecimentos da Cartomancia também contribuiu para que os ensinamentos mais puros se perdessem, para além do fundamentalismo religioso que fez com que esta arte passasse a ser praticada em segredo para pequenos grupos (parentes e familiares próximos), por pessoas que passaram a ser conhecidas como “bruxas”, “feiticeiras” ou “curandeiras”.
Um dos povos que mais preservou esta prática foi o povo cigano, daí que a Cartomancia que não utiliza os baralhos de Tarot seja geralmente conhecida por Cartomancia Cigana ou Espanhola. Tal facto deve-se à cultura muito particular e genuína deste povo que luta por preservar os seus hábitos e costumes mais tradicionais.
Alguns estudiosos do tema afirmam que a Cartomancia com o baralho cigano não é mais do que uma representação simbólica da Astrologia tradicional. As cores predominantes, vermelho e preto, representam os dois pólos da energia: vermelho como sendo o pólo positivo, masculino, activo e quente como o Fogo e, em parte, o Ar; enquanto que o preto representa o pólo negativo, feminino, passivo e frio como a Água e a Terra. As 52 cartas correspondem às 52 semanas do ano, que numerologicamente conduzem ao número 7 (5 + 2 = 7), os dias da semana. O Sete também está ligado aos astros "principais" da Astrologia tradicional: Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter, Saturno, Lua e Sol. Por sua vez, as doze cartas com figuras (reis, damas e valetes) correspondem aos doze meses do ano solar e aos doze signos zodiacais. Já as treze cartas de cada naipe equivalem às treze lunações do ano. Além disso, os quatros naipes (Copas, Paus, Ouros e Epadas) estão associados aos Quatro Elementos da Natureza e às quatro Estações do Ano: as Copas correspondem ao elemento Água e à Primavera, os Paus correspondem ao elemento Fogo e ao Verão, os Ouros correspondem ao elemento Terra e ao Outono e as Espadas correspondem ao elemento Ar e ao Inverno.
Algumas novas correntes apenas utilizam 32 cartas ou 36, afirmando diminuir a redundância de informação que se repete na combinação do significado de algumas cartas. São então eliminados os 2, 3, 4, 5 e/ou os 6. No entanto, nesta versão simplificada os períodos de tempo retratados nas cartas são ciclos curtos de tempo, de aproximadamente um ano. Facto que não acontece na versão mais completa, segundo a maioria dos cartomantes mais tradicionais.
No entanto, há um aspecto unânime entre os seus praticantes: esta arte utiliza uma linguagem muito clara, precisa e directa, tornando-a num poderoso instrumento que não deve ser utilizado de ânimo leve. Convém não esquecer a “lei do retorno”…
Divagando por esta enciclopédia e encontro este maravilhoso texto.
ResponderEliminarNão me parece que haja grande diferença entre a cartomancia e o tarot, retirando os arcanos maiores, claro. Os arcanos menos são a mesma coisa que descreves para a cartomancia, apenas com imagens diferentes. Mas todas essas associações podem ser feitas quer a um quer ao outro.
Um abraço e obrigada pelo despertar