Na tradição grega, e mais tarde também na romana, Hermes Trimegistus permaneceu uma figura independente de Hermes, o mensageiro dos Deuses. Cícero refere vários indivíduos com o nome de Hermes:
“O quinto, […], diz-se que matou Argos, e por isso fugiu para o Egipto, tendo oferecido a esse povo as suas leis e alfabeto. É ele a quem os Egípcios chamam Theyn [Toth]”Cicero in De natura deorum III, 22, 56
A literatura hermética reuniu as práticas egípcias de conjuração de espíritos e animação de estátuas aos escritos astrológicos greco-babilónicos, e à recém-criada Alquimia. Paralelamente, a filosofia hermética racionalizou e sistematizou a prática religiosa, oferecendo aos seus adeptos um método de ascensão pessoal capaz de proporcionar evasão às restrições do ser físico.
Enquanto fonte divina de conhecimento, foram atribuídos a Hermes Trismegistus dezenas de milhares de obras, tidas por serem muitíssimo antigas. Platão refere que no templo de Neith existiam corredores secretos contendo registos históricos de há 9000 anos. Clemente de Alexandria acreditava que os Egípcios possuíam 42 livros sagrados de Hermes, onde estavam reunidos todos os ensinamentos utilizados na preparação dos sacerdotes egípcios.
O Kybalion foi publicado pela primeira vez em 1908, por um grupo auto-intitulado “Os Três Iniciados”, e contém, segundo os seus autores, a essência dos ensinamentos de Hermes Trismegistus. Na introdução pode ler-se:
“Não há porção dos ensinamentos ocultos existentes no mundo que tenha sido mais
bem guardada do que os fragmentos dos Ensinamentos Herméticos […] desde o tempo do seu fundador, Hermes Trismegistus, o “escriba dos deuses”, que deambulou pelo Antigo Egipto nos dias em que a actual raça humana se encontrava ainda na sua infância. Contemporâneo de Abraão e, se as lendas forem verdadeiras, instrutor desse venerável sábio, Hermes foi e é o Grande Sol do Ocultismo, cujos raios têm servido para iluminar inúmeros ensinamentos que têm vindo a ser promulgados desde o seu tempo. Todos os fundamentos presentes nos ensinamentos esotéricos de todas as raças podem ser atribuídos a Hermes.”
“A obra de Hermes parece ter tido o objectivo de plantar uma semente – a Verdade –, que se desenvolveu e floresceu em formas tão diversas, em vez de se estabelecer como uma única escola filosófica dominante. Apesar disso, as verdades originais ensinadas por ele têm sido mantidas intactas na sua pureza original por um pequeno grupo de pessoas que, em cada época, recusaram grande número de estudantes e seguidores imaturos, seguindo o costume hermético de reservar a Verdade apenas para os poucos que estariam realmente prontos a compreendê-la e a dominá-la.”
“Neste pequeno trabalho empenhamo-nos em transmitir uma ideia do que são os ensinamentos fundamentais do Kybalion. […] Se fores um verdadeiro estudante, saberás trabalhar e aplicar estes Princípios. Se não, terás de evoluir para te tornares num, caso contrário os Ensinamentos Herméticos nunca passarão de meras palavras.”Os Três Iniciados, in Kybalion (1908)
Parabéns, Medusa, pelo artigo e pelo blog. Força para continuar a escrever sobre estes assuntos interessantes. Gostei muito do que li.
ResponderEliminarPaulo Santos
vim aqui "roubar" um link para o Orkut, assim que puder volto para comentar+...
ResponderEliminarAfinal, não resisti e li mais um, mas é só este, depois tenho de me ir...(risos)
ResponderEliminarOuvi, ou melhor li, algures que Hermes Trismegistus era um título que os gregos tinham para um alto cargo numa escola iniciática, tipo o Hierofante no Egípto. Mas irei procurar melhor esta informação, depois logo partilharei.
Ando há muito tempo à procura desse livro Kybalion, dizem que é um dos melhores quer seja em cabala quer seja em alquimia (matéria que desejo começar a explorar este ano). Alguma sugestão de onde o posso encontrar?
Kisses
Tres intiresno, gracias
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