"Não fazemos grandes coisas - apenas pequenas coisas com muito amor."
Madre Teresa de Calcutá
Simbologia e Arquétipo
No baralho de Rider-Waite, a Imperatriz surge sentada, com uma túnica decorada com romãs, uma coroa de estrelas, um ceptro, e um escudo em forma de coração com o símbolo de Vénus, num campo de trigo maduro.
A Grande Sacerdotisa e a Imperatriz representam as duas faces do arquétipo feminino nos Arcanos Maiores. A Imperatriz representa a Mãe da fertilidade, da criação, que reina sobre a Natureza e os ritmos da Terra. Dela vêm todos os prazeres dos sentidos, e a abundância do nascimento em todas as suas formas.
A Viagem do Louco
Decidido sobre que forma deve o seu Futuro tomar, o Louco prossegue no seu caminho. Mas está impaciente para concretizar o Destino que escolheu para si. É então que encontra a Imperatriz: cabelo louro como o trigo, coroa de estrelas, vestes brancas decoradas com romãs. Ela descansa no seu trono, rodeada por uma enorme abundância de cereais e um jardim luxuriante. É possível que esteja grávida (em alguns baralhos mais antigos, essa característica é claramente visível). Ajoelhando-se a seus pés, o Louco relata a sua história. A Imperatriz sorri maternalmente, e dá-lhe um conselho no seu tom de voz doce e suave: “Tal como a semente acabada de plantar, ou a criança no ventre, toda a nova vida, novo amor, nova criação… tudo isso é frágil. Requer solo fértil, paciência e cuidado, amor e atenção. Só assim será possível fazê-lo crescer.” Compreendendo por fim que a concretização dos seus planos requer tempo, paciência e cuidados, o Louco agradece à Imperatriz e segue o seu caminho.
Notas Interpretativas
A Imperatriz é a Criação: de vida, de um romance, de uma arte ou negócio. Enquanto o Mago era a “faísca” inicial, a ideia original, e a Grande Sacerdotisa aquela que dava uma forma concreta à ideia, a Imperatriz é o “ventre” onde a ideia pode ser gerada e crescer até estar pronta para “nascer”. Por isso o seu símbolo é Vénus, deusa do Amor e da Beleza, embora se pareça mais com Deméter, deusa da Abundância, porque a sua feminilidade é muito mais maternal do que sexual.
A Imperatriz no Baralho Visconti
(Edição Lo Scarabeo, 2006)
Na realidade, a carta da Imperatriz representa sempre algo de maternal. No bom sentido, isso quer dizer paciência, carinho, generosidade. O Querente pode estar a sentir-se como uma mãe-galinha preocupada com a sua “cria”, seja ela um novo negócio, um novo romance… Homem ou mulher, o Querente sente necessidade de, ou deveria, vigiar atentamente a sua nova criação, estar alerta para poder resolver imediatamente o mínimo problema que possa surgir. A Imperatriz pode também simbolizar uma pessoa próxima do Querente que tem esta atitude maternal para com ele (podendo ou não tratar-se da própria mãe).
Por outro lado, a Imperatriz pode também mostrar o que de pior pode haver numa mãe atenta: sufocante, sem saber quando dar espaço, possessiva, ciumenta do seu “bebé”. As plantas podem morrer tanto de sede como de excesso de água, e é fundamental que o Querente perceba isso.
A Imperatriz no Baralho Sidhe
(Edição Adam McLean, 2006)
No geral, a Imperatriz traz a uma leitura de Tarot o mesmo conselho que deu ao Louco: se o Querente quer que a sua nova “criação” tenha sucesso, deve prestar-lhe atenção, acarinhá-la, e estar preparado para deixá-la “caminhar” sozinha quando chegar o momento certo. Acima de tudo, como sabem qualquer mãe gestante ou bom jardineiro, há que ter paciência. Todas as coisas precisam de tempo para germinar e florescer.
A ligação da Imperatriz à Natureza fornece um alerta adicional: é importante manter os pés no chão, apreciar o que é genuíno e deixar de lado as falsas sofisticações. Em certos contextos, pode ainda significar gravidez.
Fontes: Aeclectic, LearnTarot
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